quarta-feira, 31 de março de 2010

A morte de Ofélia


Ofélia está doente e vai morrer.
Vento veloz se vai por brisa fria…
Mal sabia ela que já não via,
A luz esbelta do amanhecer!

Assim se queda na noite sombria,
Sendo pois de Amor seu padecer,
Feliz mulher que pode falecer,
A febre que seus olhos já feria…

No lamento longo que a devora,
Enfim uma tocante compaixão
Da morte que assim a vê tão bela!

Não se faz rogada e não demora,
Desfere o rude golpe com paixão,
Assoma a prima luz pela janela!

terça-feira, 2 de março de 2010

Madeira


Parai o vosso choro plangente
Abrandai o uivo rouco do vento
Dai ao mar um novo sentimento
Que anime a vida dessa nobre gente…

Deixai crescer de novo a quimera
Mesmo feita de rugas e feridas
Dai a essas vidas tão doridas
Um chão feito de flores na Primavera,

Mãe terra, nossa vida e destino
Piedade! São pobres pescadores,
São teus filhos e estão num desatino!

Olhai que não são eles os senhores,
Que dia a dia te ferem sem tino
Vendendo por dinheiro os teus Amores.

Seguidores