quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Viagens


No jardim das flores
De cores variadas
Respirar os amores
Em longas caminhadas

E depois do calor
De doces quimeras
Uma lamparina acende
Na noite de primaveras

De doces e leves sonhos
De ledas recordações
Bate o coração cansado
Sorrindo vida de ilusões…

Confusão


Melancolia
Ou melodia
Destino
Ou desatino
Nesta linha me encontro
Nela sei que me perco
Nesta linha suponho
Ter-me hoje descoberto…

Escrevo para perceber
Leio para me encontrar
Sonho e desperto
Acordo e vou ao mar
Não sei se fujo ou estou parada
Não sei se fico ou estou a andar
Só sei que sou miragem
Que vejo rir de outra margem
Mas estou aqui a chorar…

Ergue o Olhar!


Ergue o olhar desta dor nocturna
Que em espasmos se partilha sozinha
Em cada respiração impossível
Em cada quietude indizível
Em cada lágrima vizinha

Ergue o olhar dessa dor-loucura
Que era toda minha sendo tua
Em cada hora se multiplicava
Em cada segundo se entoava
Em estilhaços, miragens e ternura

Ergue o olhar e vê
Com esse teu olhar de menino
A esperança que te queria dar
O amor que as vezes não sei cantar
E que, esta noite, esteve sempre contigo

Alucinação


Minha alma é um vento que alucina
Meu corpo um para raios de emoções
Meu coração um astro de ilusões
Dia a dia, se esconde na rotina…

De um passado história sem memória
Duma escuridão cega faço frente
E respiro no vento do presente
Riso musgo do hálito de Mória

As fadas, os duendes transparentes
Os seus passos ressoam no terraço,
Os seus rostos estranhos e diferentes

Chamam por mim rindo, sem embaraço
Por galhos deslizam atraentes
No mundo deles sou, a mais um passo…

Ao meu Filho (G)


Doce filho de um Amor profundo,
do teu olhar faço os meus olhos,
por ti limpo a vida dos escolhos
e tu tornas mais lindo o nosso mundo!

Em ti tudo ganha alma nova
e, nas tuas perguntas de criança
sempre o claro canto de lembrança,
de que verdade é, não se renova...

Justo é o caminho em que me guias
onde quem educa é educado...
Brincas! E tudo é certo e verdadeiro!

És o sorriso de todos os dias!
Mesmo que, por vezes, muito cansado,
Irradia, por ti, o mundo inteiro!

Rosas Vermelhas




Adormeço agora enfim liberta
De um sonho que de mim se apoderou
Para além das sombras confusas
Um fio de água me guiou…
É medo ou amor o que bate a porta?
Teima e persiste em entrar…
Fecho a vidraça do pensamento
Nem fresta fica para ouvir cantar!

Que será de mim, sozinha?
Sem ti, para me despertar!
Das rosas vermelhas fica o perfume
Talvez este seja de embalar…

Um dia sim, talvez um dia
Eu possa enfim, acordar
Mas agora, o vento, medo frio,
Ruge na noite, apaga o luar!

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

O rio do nosso pranto


Há sinais em ti e em mim
Que procuramos constantemente
E nessa procura não mente
Quem permanece e teima assim

E há falhas, hiatos e silêncios
Bocadinhos de sombras e de prata
Estilhaços de vidro que mata
Corações que se vêm ínvios

Mas há fechar os olhos e encontrar
Teus olhos num sopro quente
Mãos que se dão sem a gente
Precisar sequer de falar

Qual de nós vai poder parar
de magoar a dor do outro? E saber…
Qual de nós vai poder avançar
Perdoar, vencer e… esquecer…

Trocam-se as rimas e as frases
Que nos deram tanto… tanto
Mas onde parar em nós
O rio do nosso pranto….

Na praia do nosso peito
Seguro, sensível… com jeito
Mais quente e com desvelo
Aguarda um Amor singelo

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