"Se escrevo o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir. O que confesso não tem importância, pois nada tem importância. Faço paisagens com o que sinto." Bernardo Soares - Livro do desassossego
sexta-feira, 16 de novembro de 2012
Cenário
Perpassas pelas brumas da memória,
E eu tão-pouco ouso imaginar
Como seria se te fosse encontrar
Segurando os fios da nossa história.
Frases avulsas, um porto vazio,
E esta ânsia que foste sem nome…
Este banquete de sabor a fome…
Este choro que não formou um rio…
Das minhas mãos o tempo que escorre
É fonte de mel de lugar nenhum
Donde não há saudade, dor ou cor…
De trás da cortina a cena não corre,
Os dias que trazem um sabor comum,
Não escutarão sussurro nem clamor!
quarta-feira, 7 de novembro de 2012
Meditações
Disse-te adeus na estrada apinhada,
De barulhos, vozes e quase nada
Do silêncio em que vivi…
Disse-te adeus e ninguém sabe,
Disse-te adeus e sorri
Do desejo acabado e usado
Que se liberta de ti.
Na amarela luz da rua
Na noite cinzenta e fria
Brilha no chão molhado
O sabor da melancolia
Há um sopro de vento vazio
Que invade toda a rua
Aconchego a manta ao corpo
Afinal acordei nua…
quarta-feira, 9 de maio de 2012
O que há de ti...
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhA53zJStfmXpjPNBZiuHB-Oza4l3eFr1SFEMfODXVwZLrAvVwXsW0m-eyLJBPLZnOPiPYVSgb6RNp5KXKU8pPRC5EjnPISpzwQ7i5sAnXkTGhhoCbh2NS8aXotqmkx3C2jn_RX9wCldco/s320/obras-salvador-dali.jpg)
O que há no teu sorriso
Ou na tua mão amada
Um abrigo para o frio
Um sopro de paraíso
O que há de ti no ar
Refresca a minha pele
Sabe a pintura de Dali
Com sonho, riso e mar
Mas a distância magoa
É um corpo que grita
Uma carícia que deslisa
De uma hora bonita…
O que há de ti na água,
O que há de ti no vento,
A essência que se solta
E dá luz ao sentimento…
quinta-feira, 19 de abril de 2012
O Sonho
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjG1VLrKOoKPwDQjrdUrAEjzmUmRVom33fRJBjdVZ5_PWJIlc5PD5J3PW6xKYGFfD7pntqJJhhjVzM5sa-rFxuuzUo70B82_G5M-ovbTEA5YaM6g1TeoksLBGYi4YvtDDoJsXY-PC_ynhI/s320/gato+quente+blog.jpg)
Não quero o tempo, o tempo arde...
A vida é como gesta amarela,
olhamos e sorrimos para ela
e já queimou num sopro, já é tarde...
Não quero madrugadas, são tão frias
Não quero demorar a adormecer,
Quero num sono só desfalecer,
sonâmbola de quimeras vazias...
O ópio do cansaço, do silêncio,
a paz de esquecer, o abandono...
A chuva que se afunda na terra
Apagar o ser que penitencio,
E fazer do sonho o meu trono,
Onde somos felizes lá na serra.
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