terça-feira, 12 de outubro de 2010

Um almoço contigo...


Chamamos Neptuno para a mesa
Deixamos as vagas alterar a voz,
Feitos de sangue que ferve e lesa
Discorremos da vida e de nós…

Ao teu lado faço vida em Amor
Vejo a cena em ti repetida
Sou terra que anseia teu calor
Mas tão perto sou lava derretida…

Somos apenas meninos perdidos
Ou timoneiros fortes, diligentes,
De olhos bem abertos, bem amigos…

Somos o que somos, não negamos
A explosão de alma, os vendavais,
Eu sei que é assim que nos amamos!

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Belo Sonho!


Atrás do vidro há cristais
Belos e tão coloridos
Parecem gotas de chuva
Batem no vidro atrevidos…

Por detrás do rosto sombrio
Brinca criança mimosa
Parece vazio e triste
Mas é travessa e formosa

Por entre a neblina
Há um mar de saudade
Parece que o tempo varreu
Mas mudou em verdade

Atrás daquela capa escura
Quem diria que morava
Um som de sonho e poesia
Que luz ao mundo dava

Atrás da noite há o dia
Atrás do real a quimera
Por detrás dos olhos a luz
Nos teus braços, Primavera!

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Cai a neblina...


Cai neblina por cima do dia
Miudinha, triste, persistente
Não dá para chorar e a gente
Acomoda-se á melodia
Tudo fica bem no silêncio
Educa-se coração e olhar
A rotina é como verdete
Não se vê se não se limpar
Dá-se uma volta pela praça
Dá-se uma volta pela praia
Olha-se desconfiado o tempo
Que o frio está de atalaia
O Outono chegou de repente
Bem dentro do coração
Já caiu a folha da alma
O vento assobia em vão…

Atrás dos teus olhos


Não vejo os teus olhos, porque os perdi,
Por detrás da tua forma de olhar…
Algo me cegou e mil vezes eu morri,
Para poder essa porta cruzar…

Pelos teus olhos passam quimeras
Outros sonhos, outras eras…
Atrás dos teus olhos há certezas
Dúvidas, anseios e belezas…

Nos teus olhos o mundo é sal
Fúria, paixão e matagal,
Ondas de calor, gelo sombrio,
Lava que escorre como um rio...

Mas há também o inefável
A essência do meu sorriso
Encontro-me como num espelho
Só isso, para mim,é preciso.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Pobres meninos...

Pobres meninos que choram sozinhos 
Pobres crianças desamparadas 
Pobres de nós que por detrás do tempo
 Somos sempre meninos de caras lavadas… 
 Pobres, pobrezinhos dos grandes pequeninos 
De sulco de lágrima vincada… 
Pobres dos órfãos da vida 
Pobres de nós tão velhinhos
Pais-meninos tão perdidos
Avós sem casa, sem nome,
Como é pode a vida ser tão danada?

terça-feira, 27 de julho de 2010

Saga...

Na boca do tempo há uma viagem, 
Que nasce sempre na dobra do medo, 
Não se esconde e não será segredo, 
Marca é um ritual de passagem…
 
 Da terra eu não serei, eu sou do vento! 
Com pó de caminhante nos cabelos, 
Com lembranças que ligo em novelos, 
Um peso que transporto sem lamento. 

 Sonhei ficar, mas as paredes caem, 
Dentro a voz do vento adivinho, 
Calço as sandálias de viajante… 

 As lágrimas que voam já não traem, 
São cristais que indicam o caminho, 
E que me levam sempre adiante…

Sussurro


Atiramos palavras como vidros esquinados,
Esperamos que elas caiam e, depois,
Estranhamente…
Ficamos ambos tristes, magoados…

Á noite, o teu corpo
Tem a forma dos meus sonhos
Quando parto… esporadicamente,
Volto á âncora desse calor…
E á sombra do meu Amor!

Se eu disser que te amo
Pensas que algo está errado,
Pois a Mulher tem várias faces,
Mas não a sombra do meu Amor!

E quando o nosso corpo flutua
E a mente se perde da razão,
Vejo-te do outro lado do espelho,
E não há sombra no meu coração…

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