segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Refúgio


Pedi para ficar
Onde o vento não ousa,
Onde o verde repousa,
Onde o ar acaricia….
Pedi para ficar
Longe do clamor do mar
Num céu de azul sem par
Onde o sol alicia…
E nesta paragem ficarei
Até que seque a semente do medo
Lastro inútil que carrego há anos,
Noite eterna do meu degredo
E nesta paragem ficarei
Até que o verde, faça verde o meu olhar
Até que o silêncio entorne a minha alma
E nela me possa deitar…

sexta-feira, 22 de maio de 2015

O Político


Vai… vai, que vais cair!
Nesses hipócritas julgamentos,
Nesses falsos sofrimentos
Que fazes de conta sentir…
Vai, vai que vais cair!
Nesse caminho onde andas
Onde rebolas e tresandas
De inutilidade e fastio
Onde o dinheiro é imperador,
E senhor de sorriso frio…
Vai, vai que vais explodir!
Nessas mentiras que vomitas
Nas fabulações em que acreditas
E que um dia vais engolir…
Vai, VAI! E não voltes!

sábado, 28 de março de 2015

Março

Um dia sonhei que seria forte,
Um dia fingi que teria sorte...

Mas hoje o ar que respiro magoa
E toda a minha vida enjoa...

Queria comprar um bilhete só de ida
E encontrar-me perdida em lugar nenhum...

Fingir que esta queda é uma descida
e que esta náusea é incomum...

Mas amanha é mais um dia
Em que terei que aqui estar...

Em que a morte o meu corpo guia
Indiferente a andar ou parar...

sábado, 14 de março de 2015

Eu Canto...

Eu canto quem parte
Contra o vento, contra tudo
Que reage e não se fica
Neste marasmo absurdo
Eu canto a coragem
De quem vê mais além
E não renega o passado
Pois o passado o sustem
Eu canto quem acredita
Que tem mãos de seiva
Que alimenta os seus filhos
Com a futura colheita

Mas canto quem permanece
Com alma de partir
Carrega o fardo do tempo
Com tempo para sorrir
Eu canto quem rasga a terra
Com jeito de afagar
Se não chove, que importa
Com lágrimas a vai regar
Eu canto quem espera
Pois a espera fortalece
E trás no ventre a certeza
Que amanhã, amanhece

Eu canto o poeta que chora
Que se revolta e implora
Que virem esses caminhos
Para não ter de ir embora

sexta-feira, 13 de março de 2015

Madrugada




Subi a escada da saudade
No desespero voltei à direita,
No corredor estreito do tempo
Olhei a caminhada já feita
Na sala fria da solidão
Procurei a porta da amizade
Encontrei-a bela e aberta
Sobre a seara da liberdade…
Descanso, parada, não vencida
Com o meu mapa na mão
Que a neve fria do medo
Derreta ao sol deste verão.

Breve, brevemente

Breve, brevemente,
Partem palavras, mudam mundos
Breve, brevemente
O dia nascerá simples e quente
Breve, brevemente
A escolha será encontro
Num pormenor de primavera
Há azul, vermelho, rosa… novamente!

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