"Se escrevo o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir. O que confesso não tem importância, pois nada tem importância. Faço paisagens com o que sinto." Bernardo Soares - Livro do desassossego
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
Pausa
Hoje apeteceu-me a cor dos montes
O verde sonho da minha infância
A frescura molhada da voz da Avó
A morena passando e levantando pó
O som do piano, escalas dedilhadas,
Tantas vezes repetidas e trocadas…
A prima com devaneios de adolescente
Os risos da pequenada na nascente
Num profundo suspiro vejo adormecer
Meu filho em paz, sobre a almofada
Sobre o armário, um velho retrato
Meu olhar pousa nele com recato
Espanto das vezes que aqui passei
Nem me lembro quando o vi e lhe falei
Hoje o nada tem a ver com tudo,
Melodias sucedem-se sem parar
Num mundo parado, amado e antigo
Retorno a casa e de bem comigo
Faço uma pausa para poder voltar
Agora vou… para enfim, descansar.
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1 comentário:
ÀS VEZES, TAMBÉM ME ACONTECE.
OBRIGADA POR TERES EXPRESSADO TÃO BEM O QUE SENTISTE. JINHOS MÃE.
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